IA chega no anime, mas Miyazaki do Ghibli é insubstituível, diz filho

IA chega no anime, mas Miyazaki do Ghibli é insubstituível, diz filho 1h2o66

"Não seria surpreendente se, daqui a dois anos, houvesse um filme feito totalmente com IA", diz Goro Miyazaki. Mas se o público gostaria de assistir é outra questão

A inteligência artificial corre o risco de tirar o emprego dos artistas de anime japoneses, mas nada pode reproduzir Hayao Miyazaki, a força vital criativa do estúdio por trás de clássicos como 'A Viagem de Chihiro', disse seu filho à AFP.

Graças ao novo gerador de imagens do ChatGPT, a Internet está repleta de imagens que imitam o estilo único do Studio Ghibli, levantando um novo debate sobre possíveis violações de direitos autorais.

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Filmes como 'Meu Amigo Totoro' e 'O Castelo Animado' são famosos por sua natureza exuberante e maquinário fantástico, cuidadosamente desenhados à mão.

Embora o estúdio não tenha comentado diretamente sobre a tendência de usar IA para reproduzir imagens com os traços Ghibli, Goro Miyazaki, de 58 anos, previu que a inteligência artificial poderia um dia substituir os animadores.

“Não seria surpreendente se, daqui a dois anos, houvesse um filme feito totalmente com IA”, disse ele em uma entrevista na semana ada.

Mas se o público gostaria de assistir a uma animação totalmente gerada por IA é outra questão, acrescentou ele.

Apesar das rápidas mudanças, a nova tecnologia também traz “um grande potencial para o surgimento de talentos inesperados”, acrescentou Goro, diretor istrativo do Studio Ghibli.

A entrevista aconteceu no ateliê Ghibli, no oeste de Tóquio, dias antes de o fabricante de ChatGPT OpenAI, com sede em São Francisco, lançar seu mais recente gerador de imagens.

A OpenAI, que já enfrenta uma enxurrada de ações judiciais por direitos autorais, disse que a geração de imagens no estilo de artistas vivos individuais é proibida, mas “permitimos estilos de estúdio mais amplos”.

“Nosso objetivo é dar aos usuários o máximo de liberdade criativa possível”, disse a empresa americana.

O agridoce do Studio Ghibli 5p4e68

O Japão enfrenta uma escassez de designers qualificados, em parte porque a maioria a anos em empregos mal remunerados para aprender o ofício.

A Geração Z, com experiência digital, também pode estar menos entusiasmada com o trabalho manual envolvido, disse Goro.

“Hoje em dia, o mundo está repleto de oportunidades para assistir a qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar”, o que torna mais difícil imaginar ganhar a vida com o ato físico de desenhar, acrescentou.

Hayao Miyazaki fundou o Studio Ghibli com Isao Takahata em 1985, um ano depois de dirigir o filme pós-apocalíptico 'Nausicaä do Vale do Vento'.

Após a morte de Takahata em 2018, Miyazaki - agora com 84 anos - continuou a criar filmes com o produtor Toshio Suzuki, de 76 anos.

“Se esses dois não puderem fazer anime ou não puderem se mover, o que acontecerá">“Minha mãe, que também era designer, me disse para não seguir essa carreira, porque é um trabalho difícil e muito ocupado”, disse Goro, acrescentando que seu pai raramente estava em casa. “Mas eu sempre quis fazer algo criativo.” (Por Natsuko Fukue / AFP)

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