Secretário de Elmano e deputado do PL discutem nas redes: 'Lambe-botas' e 'babão'
Roberto Cláudio deixou o PDT na quinta-feira, 29. Por coincidência, no mesmo dia em que saiu do partido brizolista, o ex-prefeito de Fortaleza participou de um encontro com Bolsonaro
Após o anúncio formal da filiação de Roberto Cláudio ao União Brasil na terça-feira, 3, a mobilização da oposição ao Governo do Estado tem gerado reações. Nessa quarta-feira, 4, o secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, criticou as alianças formadas, posicionamento que foi rebatido logo depois pelo deputado Carmelo Neto (PL).
Chagas se manifestou por meio das redes sociais sobre o encontro que ocorreu durante o Café da Oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) e que reuniu, além do ex-prefeito de Fortaleza, o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), Carmelo Neto e outros nomes da oposição.
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“Como é bom estar do lado certo da história. O lado de quem lutou para salvar vidas na pandemia, e não de quem lutou contra a ciência. O lado de quem combate o crime, e não de quem organiza motins. O lado de quem valoriza livros e não de quem idolatra armas. Sou o oposto desses aí”, compartilhou Chagas sobre o novo grupo de aliados.
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O ataque não ou despercebido e Carmelo Neto então respondeu: “Bastou a gente falar em namoro que o secretário puxa saco do Elmano se apaixonou. Gente, a eleição é só no ano que vem, mas até o Chagas se apaixonou pelo projeto de libertar o Ceará do PT”.
O deputado bolsonarista se refere a uma metáfora feita durante o encontro da oposição, em que RC comparou as alianças que se formam entre o seu grupo político e o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o início de uma relação amorosa.
Carmelo continuou: "Se continuar assim, não vai sobrar um aliado do governador. Deixa eu usar outra metáfora para ser claro: e se o Elmano souber que o Chagas não é o único que dorme com ele e não para de pensar em nós? Tanta gente pra vir, que precisaríamos de mais vagas na chapa”.
Após o deputado rebater, o secretário-chefe da Casa Civil do governo de Elmano de Freitas (PT) voltou a se manifestar via redes sociais, se referindo ao líder do PL no Ceará, Carmelo Neto, como “lambe-botas do Bolsonaro”.
“Dep. Carmelo, lambe-botas do Bolsonaro, anda preocupado demais comigo e com o Governo. Me atacou de novo. Nossa resposta: lançamos mais 17 escolas de tempo integral amanhã. Já são 513 escolas. Bem que ele poderia voltar para a sala de aula, já que de educação ele não entende nada”, rebateu.
O deputado bolsonarista voltou, então, a rebater Chagas. Via Instagram Stories, ele disse: "Gente, olha só que irônico. Como é que é a vida. O secretário da Casa Civil do PT veio me responder. Ele tentou lacrar, mandou eu voltar para a escola e ele próprio errou a conjugação do verbo que ele usou para me responder. E aí, Chagas, será se sou eu que preciso voltar para a escola?".
Carmelo disse, ainda, que o secretário "parece um desocupado que realmente não tem o que fazer" e o chamou de "babão". "Ele a o dia inteiro, esse secretário, falando da oposição. Falou hoje de manhã. Falou agora no final da tarde", provocou.
RC no União
Roberto Cláudio deixou o PDT na quinta-feira, 29. Por coincidência, no mesmo dia em que saiu do partido brizolista, o ex-prefeito de Fortaleza participou de um encontro com Bolsonaro, que estava em Fortaleza para participar de congresso do PL na sexta-feira, 30.
Durante encontro em que anunciou sua filiação, ao lado de Capitão Wagner e Carmelo Neto, RC justificou sua entrada na sigla liderada por Wagner criticando o governo Elmano, o classificando como “inchado e quebrado”.
"Só quem está se dando bem nesses tempos de PT são os petistas e aliados políticos mais influentes. O governo inchado e quebrado, incapaz de, na ponta, fazer o que se precisa, mais consulta, mais exame, mais cirurgia, mais atendimento, política social e educação de fato que dê resultado em emprego e renda, e o Estado aparelhado, patrimonialista", repreendeu.
Agora no mesmo partido, Roberto Cláudio e Wagner acumulam uma relação marcada por um histórico conflituoso e por aproximações com o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e com o atual chefe do Abolição, Elmano de Freitas.