Bloqueios de estrada para exigir renúncia do presidente Arce se multiplicam na Bolívia
Os bloqueios de estradas na Bolívia liderados por seguidores do ex-presidente Evo Morales se multiplicaram nesta quinta-feira (5), no âmbito de protestos que exigem a renúncia do presidente Luis Arce devido à crise econômica que o país atravessa, informou o governo.
Os bloqueios começaram na segunda-feira e até quarta-feira somavam cerca de vinte, mas nesta quinta-feira já "são mais de 40 pontos de bloqueio" no país, disse a vice-ministra de Comunicação e porta-voz do governo, Gabriela Alcón, em uma coletiva de imprensa.
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Os bloqueios ocorrem principalmente no departamento de Cochabamba (centro), reduto de Morales. As outras regiões afetadas são La Paz, Santa Cruz (oeste), Chuquisaca (sudoeste) e Oruro (oeste).
As manifestações são para que Arce "vá embora", porque "ele não resolveu os problemas econômicos" do país, disse à imprensa local o senador Leonardo Loza, colaborador próximo do ex-presidente Morales.
A Bolívia está afundada em uma crise econômica profunda, por uma escassez de dólares e combustíveis que, como consequência, aceleraram a inflação.
Segundo a porta-voz, os manifestantes têm outras motivações, como "evitar as eleições" gerais de 17 de agosto e "impor uma candidatura inconstitucional" de Morales.
O líder cocaleiro, que governou por três mandatos entre 2006 e 2019, está impedido de participar de um novo processo eleitoral devido a uma decisão judicial que permite apenas uma reeleição presidencial.
O ex-chefe de Estado não conseguiu registrar sua candidatura no tribunal eleitoral dentro do prazo, que expirou em maio.
Nesta semana, o governo mobilizou policiais para desbloquear o trânsito de ageiros e cargas, sem resultados bem-sucedidos. Os confrontos com civis deixaram 30 policiais feridos até o momento, segundo a vice-ministra Alcón.
Os seguidores de Morales também afirmam ter feridos em suas fileiras, embora não tenham fornecido números.
O ministro da Economia, Marcelo Montenegro, afirmou nesta quinta-feira em coletiva de imprensa que, a cada dia, os bloqueios causam um prejuízo de entre 100 e 150 milhões de dólares ( entre 560 e 840 milhões de reais).
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