Após período chuvoso, moradores reclamam dos buracos nas ruas de Fortaleza
Moradores relatam que a precariedade nas ruas e avenidas causa prejuízos, insegurança e dificulta a mobilidade
Com o fim de mais um período chuvoso, moradores de diversos bairros de Fortaleza reclamam da precariedade das vias urbanas. Buracos, trechos sem asfalto e água acumulada se tornaram parte do cotidiano, provocando transtornos, prejuízos e riscos à segurança de quem vive e transita tanto em áreas periféricas quanto em regiões centrais.
No bairro aré, a Avenida da Saudade é um dos principais pontos de reclamação por parte dos moradores. Parte da via ainda é coberta por calçamento com pedras irregulares, já bastante desgastadas, enquanto o restante permanece de terra batida.
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“Os carros que am por aqui sofrem. Batem muito, às vezes quebra para-choque, danifica a suspensão. E quando chove, aí é que complica. Tudo alaga!”, relata Dayvid Batista, 27, que trabalha em uma distribuidora na própria avenida.
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Conforme observado, nem mesmo veículos com tração 4x4 conseguem transitar com tranquilidade na via. O desafio é ainda maior para motoqueiros e caminhoneiros, que trafegam com frequência no local devido aos empreendimentos comerciais na região. Segundo os moradores, a prefeitura já prometeu diversas vezes o asfaltamento da avenida, mas até agora nada foi feito.
A moradora Vera Lúcia, que vive há 30 anos no bairro, conta que os riscos vão além dos danos materiais. “Quando chove ninguém a, não. Fica escorregando, é muito perigoso. Outro dia um cadeirante caiu ali. A gente teve que parar um carro que estava ando pra ajudar a levantar ele”, conta.
Em março de 2024, durante o período chuvoso, O POVO chegou a mostrar a dificuldade enfrentada por quem precisa transitar pela região, onde até o simples ato de sair ou chegar em casa se tornava um desafio, por conta dos buracos e do acúmulo de água. Um ano depois, segundo relatos da população, a situação piorou.
Procurada na época, a Prefeitura de Fortaleza informou que a via seria incluída nas obras do Novo Programa de Infraestrutura em Educação e Saneamento de Fortaleza (Proinfra) e que realizava estudos de viabilidade para o projeto. No entanto, não apresentou um prazo para a conclusão da intervenção.
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Na Parangaba, outro ponto crítico é o cruzamento entre a avenida Dr. Silas Munguba e a rua Casemiro de Abreu. Em maio de 2024, a Prefeitura executou obras de drenagem e recuperação asfáltica com o objetivo de resolver o problema de acúmulo de água. No entanto, menos de um ano após a conclusão das obras, moradores afirmam que a situação só piorou.
“O serviço terminou e ficou pior do que já era. Tá cheio de buraco, muita água acumulada”, diz Alcilene Araújo, 42, conhecida como Ticinha. “Além disso, essa água parada traz muita muriçoca, rato, é um sufoco dentro de casa”.
A consequência da execução da obra, segundo moradores, tem sido também um aumento nos acidentes de trânsito. “Teve muito acidente por aqui: carro, moto. Uma vez um rapaz caiu de moto e quase que um carro ou por cima dele”, relata.
A comerciante Edileuda de França Oliveira, 70, conhecida como Leuda, é dona de um pequeno mercantil na Silas Munguba. Ela conta que, após a obra, a água agora se acumula em frente ao seu comércio, misturando lama, lixo e o próprio asfalto, que começou a se desfazer.
Para tentar minimizar o problema, Leuda comprou uma enxada para desbloquear manualmente os buracos na pista e na calçada, numa tentativa de fazer a água escoar.
“Eu faço isso várias vezes ao dia, porque não tem por onde descer, não tem saída. Fica tudo acumulado, tudo mole. Isso aqui é fundo. Se não tiver cuidado, a gente toma banho de lama”, desabafa.
Problemas com buracos também se repetem em regiões mais centrais da Capital. No bairro Benfica, diversas ruas se enquadram na situação. Um exemplo é a rua Leandro Monteiro, onde o calçamento se desfez com a força da correnteza durante as chuvas, expondo as pedras do antigo calçamento sob a malha asfáltica.
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O POVO entrou em contato com a Prefeitura sobre os problemas nas vias dos bairros citados, bem como trabalhos de restauro em outras áreas.
De acordo com a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), a avenida Silas Munguba já foi contemplada com serviços de requalificação viária. Entre as ações realizadas na sexta-feira, 6, estão reparos em um ponto da via, acabando com o empossamento de água. Os trabalhos na via devem continuar.
A pasta informou ainda que trabalha na elaboração de um projeto para pavimentar o trecho de terra batida da Avenida da Saudade, atualmente em fase de avaliação junto a outras demandas da cidade.
A Secretaria Regional (SER) 4, por sua vez, disse que enviaria uma equipe técnica à rua Leandro Monteiro para avaliar a situação e realizar os serviços necessários. "A população pode registrar solicitações de serviços públicos por meio do telefone 156 ou nas Centrais de Acolhimento das Secretarias Regionais", disse a Prefeitura.